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Projecto Operação Água

I. Introdução

A  partir do momento em que se aceitou que a água é mais do que um bem essencial à vida não sendo comerciável mas antes um direito que assiste a todo o ser humano, adquiriram-se novas e acrescidas responsabilidades.

 

É perante a dramática realidade existente em muitos países, quer pela falta de água quer por esta não ter a devida qualidade, causadora de milhares de mortes diárias (sempre com maior incidência nas crianças), que nasceu, a nível mundial, um movimento de solidariedade para com essas populações, vontade de com ele colaborarmos.

 

Levar a água necessária, em boas e suficientes condições, a todos, tornou-se urgente e imperativo. Conservar a natureza em todo o seu esplendor, dela usufruir em tudo o que de bom e de belo encerra, tratá-la sempre que está imprópria e distribuí-la equitativamente, são acções que impõem uma intervenção rápida e eficaz.

 

Se em muitos locais do mundo os problemas do abastecimento da água potável transcendem as vontades e os saberes das populações, muitas são também as situações em que as regras fundamentais são totalmente ignoradas. É aqui que especialmente nos posicionamos e é aqui que queremos actuar porque é também aqui que sentimos que poderemos ser úteis.

 

 

 II. Origem do Projecto

Este projecto nasceu do visionamento de um filme exibido durante o Cinanima’2003 - Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho.  O filme, realizado em África, numa pequeníssima aldeia, onde existia uma barragem que recebia todos os dejectos animais e humanos, bem como todo o lixo da população que ali vivia. A água dessa barragem era usada por toda a população, sem que fosse sujeita a qualquer tratamento. Por conseguinte, as doenças gastro - intestinais dizimavam crianças e adultos.

 

Uma equipa de realizadores de cinema de animação usando meios técnicos muito simples fizeram então esse filme. Usando o desenho, montaram uma história, e compuseram a música recriando todo um ambiente. As personagens criadas usaram uma linguagem infantil simples, directa e foram firmes nos seus ensinamentos, demonstrando-os e justificando-os.

 

Paralelamente, um pequeno documentário mostrava, em imagem real, a realidade dos problemas bem como a paupérrima vida que ali se vivia.

 

O filme resultante foi ali mesmo exibido (para o que foi necessário arranjar um gerador de corrente) à qual acorreu toda a população local e vizinha, formando um público não só de crianças das escolas e seus familiares como também de autoridades locais trajando as suas vestes festivas.

 

Foi possível saber, através do próprio documentário, que alguns dos problemas retratados foram, entretanto e no decorrer da execução do filme,  melhorados e outros resolvidos, o  que muito entusiasmou as autoridades  ali presentes.

  

Foi assim que Casa da Animação e FNCA, no Porto, acordaram em apresentar um projecto semelhante, aos países de expressão Portuguesa e da América Latina e que conta também com a colaboração de Pedro Correia Martins, para o desenvolvimento dos aspectos relativos aos documentários. Dada a necessidade de um financiamento mínimo, torna-se urgente encontrar outros promotores, apoiantes e financiadores, de modo a concretizar tão relevante projecto.

 

 

III. Estrutura do Projecto

 Este projecto será orientado por um grupo pluri e multi disciplinar e pretende:

 

·       Com a colaboração dos agentes locais detectar e circunscrever situações em que a mão humana possa actuar eficazmente, quer para a manutenção de situações bem conservadas, evitando e prevenindo intervenções malignas ou desastrosas, quer, pelo contrário, onde seja preciso melhorá-las, modificá-las ou eliminá-las.

 

·       Com os agentes de educação ambiental / saúde pública procurar a maneira de encontrar as melhores soluções possíveis, e ao alcance dos interessados.

 

·       Com a equipa de formadores, realizadores e produtores encontrar o caminho e as técnicas para desenvolverem o trabalho de forma a concretizar os seus objectivos.

 

·       Uma vez encontrados esses caminhos pô-los em prática através de filmes de animação, feitos com crianças e jovens desses locais, fornecendo-lhes todo o material e equipamento necessário, além daquele que seja usado localmente.

 

·       Paralelamente produzir também um documentário que aborde quer a problemática específica de cada tema a desenvolver, quer o trabalho concreto da realização dos filmes de animação.

 

·       Realizados os filmes e os documentários, divulgá-los de forma a que as mensagens neles contidos tenham uma ampla difusão e aceitação.

 

·       Eventualmente, fazer uma compilação de alguns desenhos que serviram ao filme, para um pequeno livro, para que haja uma mais ampla divulgação.

 

 

IV. Desenvolvimentos

Em desenvolvimento, neste momento:

 

Procura de entidades ligadas à educação ambiental e desenvolvimento sustentável e  ao cinema de animação.

 

·        Para os problemas meio ambientais com programas assentes no desenvolvimento sustentável temos as pessoas certas, no que diz respeito à educação ambiental e ao desenvolvimento sustentável, na FNCA

 

·        Em cinema de animação

a)                 Contamos já com a colaboração da produtora belga que fez o filme já         mencionado: Atelier Caméra Enfants Admis, de Liège cujo director Jean    Luc Slock já se declarou parceiro. (Com uma larga experiência neste     campo, tendo feito idênticos workshops em numerosos países em vias       de desenvolvimento).

 

b)           Com idêntica experiência procuramos no Brasil a possibilidade de conseguir apoios relevantes. Realizadores com atelier próprio como         Wilson Lazaretti e Maurício Squarizi  do Núcleo de Cinema de Animação      de Campinas com larga experiência na realização destes workshops em   várias regiões do Brasil e não só e Otto Guerra, realizador de Porto      Alegre, são alguns dos contactos já estabelecidos que se mostraram        muito interessados em participar.

 

 c)               Para divulgação/ difusão.

a.      Patrícia Alves Dias da Multi Rio - rede de televisão cultural e educativa ligada à Prefeitura do Rio de Janeiro.

b.       Lea Beatriz Zagury do Animamundi  (festival mundial de cinema de animação no Rio de Janeiro e em São Paulo) especializada em divulgação e difusão.

 

 

Em curso:

1 – Primeira Oficina de Cinema de Animação, realizada pela Fundação Nova Cultura da Água em colaboração com a Casa da Animação, em Melgaço, em Maio de 2004, com jovens alunos Portugueses e Galegos, no âmbito do Congresso Internacional Por Uma Nova Cultura Da Água Para O Rio Minho. De onde surgiu o filme: O QUE HÁ-DE SER DE NÓS?. Que contou com o apoio do Programa LIDER do Vale do Minho, Câmara Municipal de Melgaço, Escola Profissional do Alto Minho Interior, I.E.S. Palo da Mercê de As Neves, entre outros. Foi também realizado nessa altura um pequeno making of sobre a forma como decorreu este workshop.

 

O QUE HÁ-DE SER DE NÓS

Filme de animação

Colagens animadas

3min 35 seg.

Filme realizado por 12 jovens Portugueses e Galegos dos 16 aos 20 anos

 

Sinopse:

Que há-de ser de nós se Neptuno se fartasse da irresponsabilidade do Homem e retirasse toda a água da Terra?

 

Neste primeiro filme pretendeu-se introduzir de uma forma geral a problemática da água. Em futuros workshops tentaremos desenvolver problemas específicos.

 

Making of O Que Há-de ser de nós

5min. 10 seg.

 

Apresentações do filme:

Congresso Internacional Por Uma Nova Cultura Da Água Para O Rio Minho - Melgaço – Maio 2004

 Casa da Animação - Porto – Outubro 2004 – integrado na   programação de cinema

2º Fórum Mundial das Águas - Porto Alegre – Brasil – Novembro 2004

Festival internacional de Cinema de Animação de Espinho -       Cinanima – Novembro 2004

 

Novas apresentações previstas:

4º Congresso Ibérico sobre Gestão e Planificação da Água - Tortosa – Espanha – Dezembro 2004

2ème Forum Alternative Mondial de l’Eau - Geneve - Suiça – Março       2005

XIº Encontro Nacional de Educação em Ciências e 1º Encontro de Educação para uma Nova Cultura da Água  ESEIP  Porto,21 a 23 de Set de 2005

 

 

2 - Em preparação encontra-se uma nova oficina a realizar em Timor Lorosae, de 10 a 18 de Fevereiro de 2005, em colaboração com a Casa de Produção Audiovisual de Dili e com o Instituo Camões em DILI

 

 

3 – Em negociação está também a realização de um workshop sobre a Ribeira da Granja, uma pequena ribeira que atravessa o centro da cidade do Porto e desagua no rio Douro. Este workshop deverá ter lugar na Casa da Animação, em 2005 e contará com o apoio da Câmara Municipal do Porto.

 

 

4 – Em negociação com a Casa da Animação para inclusão no projecto já apresentado ao INTERREG, a realização de 4 workshops a realizar, em 2005, em parceria entre uma localidade Portuguesa e outra Galega sobre os temas:

 

a)        O Mar e o caso Prestige - Caminha / A Guarda


b)        As Barragens: proposta de construção de várias barragens     previstas para o Rio Minho - Valença ou Monção com uma Câmara    Galega a definir.


c)        A indústria poluidora da bacia do Lima - Viana do Castelo, ou outra       cidade ao longo do Rio Lima (Ponte do Lima, Arcos ou outra Galega)    com uma Câmara Galega a definir.   

        

d)        Águas Termais – Mondariz, Melgaço, Chaves, Vidago, Gerês,        Caldelas ou outro local com tradição nas águas termais.

 

 

V. Projecto Operação Água

V.1. Enquadramento

 Os problemas da água no são um factor que incide de maneira directa na qualidade de vida e no desenvolvimento para a cidadania.

 

Problemas básicos como o abastecimento de água para consumo humano têm graves problemas que só poderão ser resolvidos através da educação e da sensibilização.

 

É também do conhecimento geral que as instituições educativas têm dificuldades em serem interlocutoras junto das populações.

 

Por tudo isto, acreditamos que o cinema de animação, sendo um veículo directo, e também atractivo, poderá levar as mensagens de sensibilização a que nos propomos, dentro da nossa política da Água.

 

As fases deste Projecto, desde a realização à exibição, deixarão nos seus executantes, crianças e jovens, marcas bem profundas dada a vivência dos factos.

 

 A sua posterior divulgação constituirá motivo de orgulho para todos aqueles que participaram, bem como dos seus familiares.

 

 Procurar-se-á situações muito variadas, desde aquelas que exigem grandes investimentos para a sua recuperação, bem como outras que, com elementares conhecimentos, poderão ser melhoradas.

 

Haverá que procurar situações de exemplos positivos, onde o que se pretende será mostrar como conservar o bom estado ecológico, ambiental ou lúdico sempre que corresponder aos nossos desejos, aos nossos bons hábitos, às nossas memórias.

 

Os esforços para demonstrar aquilo que é positivo e aquilo que é negativo são idênticos. Custa tanto mostrar como manter o que está bom e belo, evitando situações catastróficas, como, por outro lado, as situações que devem ser combatidas, invertidas  e mesmo anuladas.

 

Investir na prevenção será  tanto ou mais importante  que o tratamento.

 

A FNCA e a Casa da Animação propõem-se, em conjunto, por de pé este projecto,  se para isso  tiverem  as condições financeiras que o permitam.

 

Uma íntima colaboração entre os agentes conhecedores dos problemas e as suas propostas (caso da FNCA) e com os agentes senhores das técnicas de cinema de animação (Casa da Animação) e do documentário (Pedro C. Martins), para os desenvolver, será o desafio  a que nos propomos.

 

 

V.2. Organizadores

Casa da Animação

Fundação Nova Cultura da Água

 

 

V.3. Faseamento

1 ª Fase - preparação, contactos, parcerias

Garantir os financiamentos necessários através da assinatura de diversos protocolos de colaboração, nomeadamente com o ICAM, e  institutos idênticos nos Países da América Latina

 

Estabelecer contactos e seleccionar a entidade com quem se irá desenvolver este projecto. Determinar as suas motivações, interesse e capacidade para implementar um projecto com estas características.

 

Seria necessário que esta entidade pudesse assegurar algumas valências fundamentais para se poder obter um bom resultado final, nomeadamente:

 

a)      Possuir alguém capaz de desenvolver um trabalho sério na área da dinamização cultural e da educação ambiental

 

b)      Terem pessoas motivadas e com capacidades nas áreas artísticas (pintura, desenho, escultura, artes tradicionais, etc.), na música e no audiovisual (cinema, vídeo, jornalismo).

 

c)      Possuir um local de trabalho fixo, capaz de albergar os equipamentos necessários à produção dos filmes e a possibilidade de movimentação de forma a abrangerem locais com maior dificuldade no acesso ou de maiores necessidades de acesso à educação ambiental.

 

Esta primeira fase implicará certamente a deslocação prévia ao local, de duas pessoas da equipa de produção, para análise e selecção da entidade com quem se irá colaborar e a assinatura do protocolo de colaboração.

 

 

 2ª Fase - workshop

Realização de um workshop com crianças e jovens de um local onde exista um verdadeiro problema de educação ambiental.

 

Esta 2ª fase será dividida em 3 fases:

a)     Detecção e estudo do problema e selecção do local para a realização do workshop, preferencialmente a cargo dos parceiros locais

 

b)     Selecção dos alunos que frequentarão o workshop e desenvolvimento com eles do estudo e da análise dos problemas, onde se incluam soluções viáveis e de urgente implementação, também a cargo dos parceiros locais.

 

c)      Realização do workshop com estas crianças e jovens, acompanhadas pelos animadores culturais. Este workshop deverá durar entre uma a duas semanas

 

3ª Fase - difusão / dinamização cultural

Projecção pública dos resultados e discussão com a população local sobre os trabalhos apresentados. Posteriormente, esta projecção terá lugar noutras localidades com problemas idênticos (a cargo dos parceiros locais).

 

 

Documentário / Making Of

Paralelamente, uma pequena equipa fará uma reportagem videográfica de todo o processo, incluindo uma reportagem evidenciando a realidade do problema. Este making of será também importante para acompanhar o filme, dinamizando as sessões posteriores

 

 

V.4. Meios humanos

Equipa de trabalho

a) equipa técnica:

Produtor - responsável geral do projecto - logística

Orientador dos workshops - professor, realização e animação

Técnico de Cinema de Animação - animador, operador de câmara - informática

 

b) agentes locais:

1-Especialista nos problemas de educação ambiental

2-Técnico de som - Músico

3-Repórter vídeo - montagem - jornalista

 

 

Parceiros

Fundação Nova Cultura da Água

Casa da Animação

Pedro Correia Martins

Atelier Caméra Enfants Admis – Liége – Bélgica

Oficina de Cinema de Animação de Campinas – Campinas – Brasil

Otto Desenhos – Porto Alegre – Brasil

Casa da Produção Audiovisual – Dili – Timor Lorosae

  

 

Contactos à espera de respostas ou a realizar :

ICAM

Interreg

CMP

Institutos do Cinema dos países da CPLP (a fazer)

Embaixadas dos países da CPLP (a fazer)

Instituto Camões em Dili

Fundação Oriente em Dili (a fazer)

Fundação Calouste Gulbenkian

Universidade de São Paulo – Brasil

Associação dos Animadores Brasileiros

Ministério do Ambiente do Brasil

FIESP (Federação das industrias de São Paulo) a fazer

APRIL a fazer

 

 

Apoios já concretizados:

Casa da Animação

Fundação Nova Cultura da Água

Atelier Caméra Enfants Admis - Bélgica

Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Programa LIDER do Vale do Minho

Câmara Municipal de Melgaço

Escola Profissional do Alto Minho Interior

I.E.S. Palo da Mercê de As Neves – Galiza - Espanha

 

 


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